Wednesday, March 30, 2011

O sapato do outro By Graziano Spinosi Parte II

Aqui estão mais dois exemplares da coleção de Spinsoni.
O Primeiro par são os sapatos de Terra e palha para os pés problemáticos de Van Gogh .
Sapatos  orgânicos,  dão a sensação  de fragilidade  ao  toque  e as mudanças de clima.
 Atormentatissimo , Van Gogh buscava na natureza um ponto de equilibrio e paz para a sua vida.Ao olhar esses sapatos, posso ate sentir o cheiro dos campos de trigo,da terra fofa, de chuva,da grama pisada, das flores , o cheiro da resina dos ciprestes,dos  riachos por onde certamente passava  .
Posso ate sentir a umidade que esses locais e eventuais chuvas que ele deve ter tomado deixaram em seus sapatos. 
Graziano Spinosi sintetizou esses caminhos   e sensações nesse par  de sapatos,sapatos para os  perdidos pés de Vincent..
Terra, fieno, Grandezza naturale-1993 -Collezione privata - Milano






Sapatos de Cobre Gravado para Guido Cagnacci - Para Guido, Spinosi pensou  em sapatos de metal. Guido nasceu em 19 /01 /1663 .Pintor italiano do Barroco tardio e pertenceu à escola de pintura Forlì e à escola bolonhesa .Nasceu em Santarcangelo di Romagna e morreu em Viena em 1663. Sua produção inicial inclui muitos temas devocionais, religiosos. Mas ,indo para Veneza, sob o nome de Guico Baldo Canlassi da Bologna, ele renovou a amizade com Nicolas Regnier , e dedicou-se às pinturas salão privado, muitas vezes retratando mulheres sensuais semi-nuas incluindo Lucretia, Cleópatra e Maria Madalena.Sua vida foi  marcada por momentos tempestivos, marcada e mudada por uma tentativa de fuga frustada (1628) com uma viúva aristocrata para forçar a familia a aceitar o casamento deles.Isso mudou todo o rumo de sua vida e com isso teve que se retirar da cidade por alguns anos.
Diziam alguns contemporâneos que ele era excêntrico,temperamental, volátil ,violento e dado a luxúria, pouco confiável e de moralidade duvidosa mas paradoxalmente religioso Seu trabalho foi de uma certa forma depreciado por seus contemporâneos mas reavaliados e valorizados pelos críticos modernos.Sua pintura tem uma linda luz , luz rica no jogo de sombras e cores quentes, um claro-escuro dramático que sugere o contato direto com os seguidores de Caravaggio, em Roma.
Patocche di Guido Cagnacci-Rame acidato, Grandezza naturale-1993
Collezione privata - Berna (CH)



Sunday, March 27, 2011

O sapato do outro-Parte I

Penso muito em Van Gogh , podem notar que sempre volto a falar dele, gosto do resultado esteticos de seus trabalhos, mas imagino o quanto foi  dificil para as pessoas que estavam a sua volta, aquelas que faziam parte de seu cotidiano.
Sua  depressão, a mente perturbada, inquietações ,sua dificuldade de se relacionar com as pessoas .Sim, ele era  de temperamento dificil , falando de forma bem popular as vezes ele  era uma "mala sem alça", Gauguin que o diga! .
Mas essa "malice sem alça" dele não ofuscou a  sua genialidade .Era sensível  ,e é triste e trágica  a  forma que morreu.
Penso também em pessoas que tive contato , alguns amados malinhas  também, que não suportaram a dor de viver e se mataram.
Dificil imaginarmos o que vai nessas cabeças.
Dificil dimencionar as suas angustias.
Hoje me deparei com o Trending Topics Brasil no Twitter ( uma especie de Ranking dos assuntos mais debatidos no site) com o nome de Cibele Dorsa.
Quem seria essa pessoa? curiosa que sou fui pesquisar para ver do que se tratava . 
Foi alquém como tantos outros  nesse exato momento que não suportou a dor da perda e a solidão e se matou .
Triste fim.

Como diria Caetano Veloso e toda a sua  malemolente filosofia bahiana: " Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" 

Pensando no "Sapato do outro", como uma metáfora de caminhar os caminhos de vida que as pessoas passam :lugares e caminhos literais  certamente, mas, também os caminhos abstratos, amorosos, espirituais, poéticos ,estéticos , profissionais por onde passamos durante nossa vida que são impressos,gravados,cravados na nossa pessoa,personalidade, temperamento e no nosso modo de ver e viver a vida.Pensar nos sapatos do outro pode nos ajudar a sermos menos  intolerantes.

Vi um tempo atras um trabalho interessantissimo de um artista contemporâneo que nasceu em Bolonha 13/01/ 1958.
Seu nome é Graziano Spinosi, è professor de ensino Contemporâneo de Pesquisa da Arte na Academia de Belas Artes
Ravenna desde 1994.
Vive e trabalha em Santarcangelo di Romagna, na província de Rimini.
Spinosi fez uma série de sapatos maravilhosos que cabem bem na metafora de calçar o "sapato do outro" .Praticante da arte de andar na arte não  satisfeito, se aventurou na Arte imaginaria de andar nos sapatos de outros artistas.
Uma viagem a pé,  passo a  passo nos lugares ,caminhos que  são testemunhas da substância das solas e cabedais dos sapatos desses artistas ...
A idéia ocorreu para Graziano a partir de uma paixão pela fixação das extremidades do corpo e o estar firmemente plantados no chão,assim como o fetiche e a apreciação de um belo par de sandálias nos pés.
Sua "Patocchi" (assim chamados os sapatos por Spinosa) estiveram em exposição em Roma em 26/05 a 10/06/1994 na galeria e dirigido por Francesca Antonini Angelo Savino.
Seu trabalho se caracteria pelo uso de diferentes materiais e Spinosi gosta de trabalhar com materiais do cotidiano, tais como ferro, cobre, papel, palha e ráfia.
Começarei pelos sapatos femininos da exposição : 

Sapatos em Arame Farpado para Artemisia Gentileschi
Pintora barroca do século XVII,que preferia trabalhar com cores fortes . Um par de sandálias em arame farpado que é bem adequado para uma mulher que teve que administrar as dores e o preconceito de uma violencia sexual (foi violentada por Agostino Tassi, um assistente do ateliê do pai,segundo Susan Vreeland, em seu romance sobre a astista),um casamento arranjado de forma conveniente para a familia.Foi humilhada pela sociedade e pela Igreja. Teve que cuidar de sua familai já que o "estrupicio" com quem foi obrigada a casar gastava todo o dinheiro em jogos. Seu trabalho tem muita força a começar pelo colorido e dominio de luz e sombra . Pode ver um exemplo aqui .Ela supera tudo isso ,todo o preconceito e tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia de Arte de Florença. Ela fez seu caminho com força e dignidade. Os fortes e corajosos pés de Artemnisia
Patocche di Artemnisia Gentileschi-Filo spinato, Grandezza naturale-1993
Collezione G. Menin - Venezia

 
Sapatos em  Ferro para Diane Arbus
Mais parecida com uma daquelas Melissinhas que surgiram na década de 70, essa peça foi feita pensando na fotógrafa novaiorquina nascida em 14 de Março de 1923 e suicidou-se em 26 Julho de 1971 . O mote principal de sua fotografia era "o outro lado". Veja aqui alguns de seus trabalhos
Suas lentes focaram e enquadraram pessoas comuns, marginalizadas, diferentes, pessoas que incomodavam ou causavam estranhamento de alguma forma quando presentes: anões, gigantes , travestis,obesos, gêmeos, nudistas, artistas de circo,deficientes fisicos ou pessoas cuja normalidade parece feio ou surreal.Suas fotografias em preto e branco são fortes e marcantes.
Usando luz mais suave do que nas suas fotografia que costumava fazer , no final de sua vida ela fez uma série de fotografias de pessoas com deficiência intelectual, mostrando uma delicada gama de emoções. Arbus considerou estas fotografias como um tema "lírico e terno e bonito"
Sua Biografia foi adaptada para o filme A Pele – Um Retrato Imaginário de Diane Arbus (Steven Shainberg, 2006).
Uma sandália de ferro forjada com linhas tão delicadas e femininas para homenagear os passos de alguém que passou a vida observando as pessoas ,passou a vida congelando momentos através de suas lentes. .
Patocche di Diane Arbus -Ferro, Grandezza naturale-1993 


Sandálias em Ferro-Santa Tereza 
Uma sandália simples para a religiosa  e escritora espanhola, famosa pela reforma que realizou no Carmelo e por suas obras místicas. 
Sofredora e solitária  desde a mais tenra idade Teresa é uma das maiores personalidades da mística católica de todos os tempos e estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne.
Dizem que Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Escrevia muito e de maneira simples,passou a sua vida quase toda entre 4 paredes mas tinha  muita força persuasiva em  seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso.





Santa Teresa
Ferro - Grandezza naturale-2000



 A jornada de um artista ( de todos os seres humanos na verdade) é feita de amor e dor e Spinosi mergulhou nesse mundo para intuir e criar seus sapatos.
Calçar os sapatos do passado.
A Arte torna isso possível.
Aguardem os proximos  sapatos de Spinosi ...



Friday, March 25, 2011

Os sapatos de Vincent


È dispensável a apresentação da importancia de sua funcionalidade haja vista que ,quem já teve que andar sobre a neve,espinhos,pedras, areia ou asfalto quente ,piso molhado e liso,um lamaçal , por exemplo ,sabe o valor funcional de um calçado... Com o tempo, além de sua funcionalidade óbvia de proteção,adquiriu personalidade e é feito para ser usado de acordo com a ocasião,faixa etária, com tamanhos padronizados é peça obrigatória no armário de qualquer ser dito civilizado.



Registra literalmente os caminhos percorridos de parte de uma vida, pelo menos no período de sua vida como utilitário.
O modo em que foram usados deixam-lhes marcas que contam toda uma historia de quem eventualmente possa tê-lo calçado .
Abrigam no modelo informações importantes sobre sua historia e a de quem a usou,registra da própria matéria, enquanto objeto usado , momentos passados desencadeando lembranças em que o usou e atiçando a imaginação de quem o observa.
No mundo das artes visuais vários artistas viram os calçados como tema ou objeto estético de observação para suas produções .
Hoje falarei somente sobre os sapatos de Vincent Van Gogh .

The Sower Der Sämann-Van Gogh -1888

Quem nunca analisou uma pegada? Metaforicamante o sapato é praticamente uma matriz de gravura,se olharmos os sulcos deixados na sola provocados pelo andar , pode-se perceber a impressão de todas as superfícies em que foi submetido pelo “andarilho’ que o usou.
Pode-se imprimi-la em série(característica da impressão de gravuras).
Sapatos só tem valor "histórico" depois de usados.
Há registros ,marcas ,e traz em sua matéria lembranças das intempéries, a pressão, peso,e a temperatura do corpo, o cuidado ou a falta de cuidado, o cheiro e formato do pé ou pés que os usou.
Podemos ler e intuir nos sapatos: ocasiões,personalidades,classe social ,espaços e tempo.

Detalhe de Resting From Work

Calçados denunciavam a classe ou grupo social do indivíduo, isso é fato.Também é um dos símbolos de poder e posição social.
Van Gogh durante o período que esteve em Paris pintou diversas obras com a temática de calçados.Pintou várias telas de botas de operário por exemplo.



Quando estava em Saint-Rémy pintou um par de tamancos de couro, os atributos da vida camponesa com a qual ele tinha muitas vezes em sua vida entrado em contato .


Um par de tamancos de couro de 1889
Vincent van Gogh (1853-1890)
Óleo sobre tela, 32,5 x 40,5 cm
Museu Van Gogh, de Amsterdã

Van Gogh era fascinado, por que não dizer, obcecado por Millet, (Jean-François Millet- pintor romântico) e fez varias leituras de obras do artista nas quais camponeses em seus trabalhos rurais eram mote freqüente para suas pinturas.
As “naturezas-mortas” de sapatos de Van Gogh tem claramente interferência, influência na temática de trabalho do pintor camponês Millet, por quem tinha grande admiração.
Para Millet, tamancos eram símbolos poéticos da vida dos camponeses.Em contra partida Millet era poesia para os olhos e vida de Van Gogh .
Millet foi para Van Gogh o modelo estético absoluto ,também modelo espiritual já que parecia que ao rever e visitar a obra de Millet buscava encontrar a paz e o equilíbrio que o Mestre parecia ter conquistado na vida no campo e em seu trabalho .

Na carta 607 que escreveu a Theo, seu irmão ,justifica essa admiração em forma de leituras insistentes da obras de Millet e de como que o artista,mesmo se inspirando em outro,mesmo se utilizando da obra de outro interfere e imprime sua personalidade ao lere interpretar a obra : “Se alguém toca Beethoven, acrescenta sua própria interpretação pessoal; na música, especialmente no canto, interpretação e conta também com o compositor não tem de ser o único a exercer as suas composições...” Claro que Vincent tinha razão em falar assim, mesmo quando fez leituras das obras de Millet, e apesar da analogia temática , foi inevitável: imprimiu sua digital ,seu gestual ,suas cores, sua agonia artística e seu foco.



Van Gogh se sensibilizava pela dura vida dos trabalhadores, dos camponeses em especial. Viveu no campo e sabia como ninguém como os calçados desses trabalhadores tinham importancia funcional em suas vidas e como artista percebia a força simbólica e estética e de informação do objeto e das pessoas que os usavam .

Van Gogh tinha um grande respeito pelas as obras de Charles Dickens e seu foco sobre a classe trabalhadora .Esse olhar literario sobre os menos favorecidos de Dickens iam ao encontro dos desejos e preocupações de Vincent e foi isso também que pode te-lo ligado de maneira natural Van Gogh a Millet.
Millet viveu no campo e percebia no tema, a espiritualidade e o lirismo da vida simples e integração do homem com a natureza e consequentemente com Deus.
Jean François Millet nasceu na Normandia em 04 de outubro de 1814 e faleceu em 10 de janeiro de 1875.

Um par de sapatos, 1886
Vincent van Gogh (1853-1890)
Centímetros Óleo sobre tela, 37,5 x 45
Museu Van Gogh, de Amesterdão
(Stichting Vincent van Gogh)-
Especulam que essa obra do par de sapatos com o salto pra cima tem conotações psicológicas do momento em que Vincent vivia. È visto como um símbolo de passagem difícil na vida de Van Gogh.
Martin Heidegger(filósofo alemão de grande importancia no seculo XX) viu a pintura em exposição em Amsterdã em 1930. A experiência do encontro com a obra de Van Gogh veio a desempenhar um papel central para um ensaio que estava escrevendo sobre a teoria da arte. "A Origem da Obra de Arte (1935).
Em 1968, Meyer Schapiro (historiador de arte) confrontou os escritos de Heidegger e mergulhou fundo nas cartas de Van Gogh para compreeender melhor sua personalidade e obra .Alias essa pintura"Os sapatos" gerou uma polemica estetica,psicologica e filosifica bem interessante entre os escritos de Jacques Derrida , Heidegger e Meyer Schapiro .
Dizem que Vincent comprou 1886, numa visita ao mercado de pulgas de Paris essas botas de operário .Eram usados e desgastados . Ele comprou-os e os trouxe de volta a seu ateliê no bairro de Montmartre.
Não está claro por que ele comprou, mas poderia ser simplesmente que ele precisava de um novo par de sapato,.Dizem que ele tentou usá-las em suas caminhadas mas encontrou o encaixe impossível.Na verdade nâo se sabe ao certo se era grande demais ou apertado, mas não tinha como usa-los(Ninguem merece sapato machucando )
Com o desconforto que impedia caminhar com as botas Van Gogh decidiu usar o par de botas como modelo, objeto de observação , um suporte para a pintura.
Possivelmente nem imaginou que esses sapatos se tornariam os mais célebres da história da arte moderna.
Para ele, como para vários de seus contemporâneos, eles podem ter sido símbolo da dura vida ainda pitoresca do trabalhador.Assim como Millet,Vincent descobriu a beleza e a poesia no quotidiano, nas coisas que as pessoas tomam para concedido, e as considerava digno de uma pintura.

Sapatos

Data: 1888
Médio: óleo sobre tela
Dimensões: 18 x 22 polegadas (46 x 55 cm)
Local: Museu Metropolitano de Arte, New York City
Observe as linhas de arco em torno do calçado à direita. Em algumas pinturas este efeito aura pode ser muito grande (por exemplo, Auto-retrato com chapéu de feltro ), mas neste caso é bastante discreto.

È dito que Van Gogh sofria de enxaquecas terríveis,e quem já sofreu ou sofre desse mal
conhece os efeitos que podem causar na visão como por exemplo auras em torno de objetos
agitação e cores exageradas. Pode haver influencia das crises de enxaqueca de Van Gogh e a forma em que via a luz e as cores, construindo assim uma estética única.Eu tenho astigmatismo e isso influencia na forma que vejo as luzes (estreladas)quando vou desenhar e pintar, acredito que essa teoria pode ter alguma relevância.



Bem, hoje nao da para aprofundar no debate filosofico e acalorado sobre os sapatos de Van Gogh e fica ai as obras para a observação e o deleite de todos.
Mas a pergunta nao cala. O que ele realmente quer dizer com esses sapatos? Às vezes, os sapatos são apenas sapatos, mas que vê essas obras pode perceber que um par de sapatos pode conter todo um universo da vida de alguém.

Detalhe de At Eternity's Gate (1890)

Fonte de Inspiração:
A origem da obra de arte de Martin Heidegger
Van Gogh de David Haziot
Imagens pescadas na internet

Friday, March 18, 2011

O Olho que sorri

Francisco José de Goya pintor Espanhol nascido em 1746 foi processado pela corte por ter julgado suas sensuais “Majas” pintadas entre 1800 e 1803 como obras que ofendiam as normas de moral de sua época.
Maja era uma expressão um tanto quanto pejorativa usada para mulheres que levavam a vida de forma mais liberal e que pertenciam à classe social menos abastada e com pouca instrução. A moça que serviu de modelo é desconhecida, mas há quem a julgue com característica de uma cigana.


Goya ao pintar as duas obras parece ter vestido a Maja nua com perfeição técnica e anatômica ao passo que desnudou a Maja vestida com gestual solto, dando aspectos esvoaçantes nos trajes da modelo.

Ponderando sobre a memória que há nas imagens e na reciprocidade de olhares que há entre a obra e o expectador, pode se observar o jogo de olhares sorridentes que as” Majas " fazem com que as olha. Elas parecem sorrir de algo que foge a compreensão de quem as observa por isso por vezes perturba, por vezes atrai. Por um momento pode narrar de forma critica ou denunciadora sobre a vida em que estavam inseridas, quem sabe da ironia dos que as procuravam mas as excluíam da vida social.Pode estar rindo da sua própria condição de mulher ou quem sabe do expectador que tenta adivinhar o que esta escondendo olhar que sorri.