Wednesday, August 22, 2007

ARTE PALEOCRISTÃ-Os símbolos e afrescos são como um Evangelho em miniatura, um sumário da fé cristã.


Imaginem,inicio da Era cristã,perseguidos,cristãos muitas vezes cultuavam seu Deus dentro de catacumbas.Pintavam afrescos com passagens do antigo testamentos,feito por pessoas de poucas posses,há um uso limitado de pigmentos,que na antiguidade também era moeda de compra.Escondidos na malha de centenas de quilômetros das galerias subterrâneas de Roma,esses artistas anônimos nos deixaram verdadeiros tesouros da história da arte ocidental.
Primeiros 200 anos depois de Cristo,arte com raízes profundas na arte romana pagã "escondida" seus conteúdos e significados,e elementos da arte judaica e suas limitações no que diz respeito a imagens.Na cultura Judaica,há a restrição ao se fazer imagens e esculturas nos templos pela proibição a idolatria e isso limitou a arte dos primeiros anos do cristianismo.
O período embrionário do Cristianismo é composto por maioria de fieis de classes sociais menos favorecidas,perseguidos pelo império e tendo que se esconder em catacumbas para seus cultos e cerimônias pois não era uma religião legal.Isso impediu que recebessem algum investimento para pigmentos,e até mesmos de apoio de artistas mais experientes para a confecção das primeiras imagens com temas cristãos.






Somente no Séc. III (2001 a 300 D.C) é que pode-se notar uma solidificação e afirmação das características próprias e estilo da arte paleocristã que possuem esse nome,por ser a arte mais primitiva cujo tema é o cristianismo e seus símbolos.Pintura em murais nas catacumbas romanas eram a única opção para expressão artística possível aos Cristão nesse período de ilegalidade.



A arte romana com influência clássica na Grécia tinha o belo como busca de ideal.Era prazer pelo belo.Essa busca pelo prazer já não fazia parte do ideal da arte primitiva cristã.O simples foi a maior tônica.As primeiras pinturas tinham possivelmente como principal objetivo,o valor didático.Passagens do antigo testamento eram representados de forma sintética e rápida em murais feitos nas paredes das catacumbas com afrescos (reboco feito com areia ,estoque e cal onde deveria ser pitada ainda molhado),para que os fieis, boa parte de pessoas não letradas e pobres compreendessem os simbolismos e temas importantes para a religião recém abraçada.

Os antigos cristãos não usavam o termo "catacumba". A palavra é de origem grega e significa "cavidade, um vale aberto". As catacumba de Santa Priscila e São Calisto são as mais conhecidas .São Calisto é provavelmente a mais visitada dentre tantas outras que estão abertas a visitação .Localizada na região central de Roma,Itália,composto de cinco andares e mais de 20 km de corredores que levam a inúmeros túmulos.Acredita-se de vinte mil pessoas foram enterradas nesse local entre elas pessoas contemporâneas a Jesus Cristo.Hoje em dia carros não transitam na superfície desse local por conta do perigo de desmoronamento desse patrimônio arquitetônico histórico/artístico.Em Roma existem mais de sessenta catacumbas, com centenas de quilômetros de galerias e dezenas de milhares de sepulturas. Catacumbas que se encontram também em Chiusi, Bolsena, Nápoles, na Sicília oriental e no Norte da África







A principio as catacumbas eram usadas para sepultamento de mortos, nessa época existiam cemitérios abertos, mas, os cristãos rejeitavam o velho costume pagão de cremar seus mortos ,então a exemplo do modo em que Cristo foi sepultado, no processo de inumação (o mesmo que enterrar), também assim o faziam com seus mortos,eram enrolados num sundário e depositados em nichos retangulares escavadosnichos retangulares, chamados lóculos, de várias dimensões, que podiam conter um único cadáver, mas era frequente o caso que contivessem os corpos de duas e às vezes mais pessoas.Depois eram fechados com placa de mármorena maioria dos casos, com telhas fixadas por argamassa. Sobre a placa escrevia-se às vezes o nome do morto, com símbolos cristãos ou os votos de paz no céu. Com freqüência eram colocadas junto aos sepulcros lamparinas a óleo ou pequenos vasos com perfume .Um outro motivo que levaram os cristão a depositarem seus mortes em catacumbas,era o desejo de estar junto também no sono da morte para aguardar a ressurreição na manha da vinda de Cristo.Eventualmente no período da perseguição os cristãos usaram as catacumbas como esconderijo para cultos,mas ao contrário do que as lendas contam,não as usaram como moradia e abrigo.Era ali que os cristãos reuniam-se para celebrar os ritos fúnebres, os aniversários dos mártires e dos defuntos.





O sarcófago é um caixão de pedra ou mármore, ornado normalmente com esculturas em relevo ou com inscrições.






Giovanni Battista de Rossi (1822-1894), considerado o fundador e pai da Arqueologia Cristã, realizou exploraçao sistemática das catacumbas, principalmente das de São Calisto.




OS SIMBOLOS

Nos primórdios da Era cristã sues fies não podiam professar sua fé declaradamente ,portanto passaram a fazer uso de simbolos para se comunicar e propagar a mensagem.Pintavam nas paredes e tampos dos túmulos. Os principais símbolos são o Bom Pastor, o "orante", o monograma de Cristo e o peixe.












O Bom Pastor com a ovelha nos ombros representa Cristo Salvador e a alma salva por Ele. Esse símbolo está freqüentemente presente nos afrescos, nos relevos dos sarcófagos, nas estátuas, e muitas vezes encontra-se gravado também nas sepulturas.




O orante: essa figura representada com os braços abertos simboliza a alma que já vive na paz divina
O monograma de Cristo é formado por duas letras do alfabeto grego, o X (qui) e o P (rô), entrelaçados. Elas são as duas primeiras letras da palavra grega "Christòs", isto é, Cristo. O monograma, colocado numa sepultura, indicava que o defunto era cristão.

O O SARCÓFAGO DO MENINO-assim chamado pelas suas dimensões reduzidas e que conserva a parte frontal ricamente esculpida.
Esse sarcófago pode ser considerado como um pequeno catecismo ilustrado. Eis as cenas: Noé com a pomba na arca, um profeta que segura o rolo da lei divina, Daniel na fossa dos leões, o menino orante entre dois santos, o milagre da Caná e a ressurreição de Lázaro. Ajoelhada aos pés de Jesus, a irmã de Lázaro, Maria. Ao centro da cobertura dois pequenos gênios seguram uma pequena placa; nas extremidades estão duas cabeças, esculpidas com finalidade ornamental.
As cenas representadas no sarcófago deixam transparecer um profundo simbolismo e a sucessão das cenas não é casual. O cristão nasce à vida divina mediante o Batismo (Noé); nutre a vida divina com o pão (Abacuc) e o vinho (Caná) consagrados na Missa, ou seja, com a Comunhão; a Eucaristia oferece-lhe como penhor a ressurreição final (Lázaro). O cristão (o menino), assim, viverá no paraíso (orante). Encontramos aqui o eco das palavras de Jesus: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Com o Édito de Milão de 313, Constantino, convertido ao cristianismo, reconhece a liberdade de culto à nova religião que acaba por se transformar, após finais do século IV, na religião oficial do império. Com esta oficialização dá-se um impulso na produção artística e são edificados os primeiros lugares de culto próprio.







O peixe. Em grego diz-se IXOYC (iquitìs). As letras dessa palavra dispostas verticalmente formam um acróstico: Iesùs Christòs Theòu Uiòs Soteèr = Jesus Cristo Filho de Deus Salvador. Acróstico é uma palavra grega que significa a primeira letra de cada linha ou parágrafo. É um símbolo difuso de Cristo, emblema e compêndio da fé cristã.
A pomba, com o ramo de oliveira no bico simboliza a alma na paz divina.
O Alfa e o Ômega são a primeira e a última letras do alfabeto grego. Significam que Cristo é o início e o fim de todas as coisas.
A âncora é o símbolo da salvação, símbolo da alma que felizmente chegou ao porto da eternidade.
A fênix, pássaro mítico da Arábia, que segundo a crença dos antigos ressurge de suas cinzas depois de um determinado número de séculos, é o símbolo da ressurreição.



As sepulturas dos mártires, os cubículos e também os arcossólios às vezes podiam ser decorados com pinturas feitas com a técnica do afresco. Os afrescos representam cenas bíblicas do Antigo e do Novo Testamento, algumas com estrito significado simbólico.

Saturday, August 11, 2007

DESENREDO-GUIMARÃES ROSA





ESTAVA EU HOJE OUVINDO A MÚSICA DESENREDO.
QUE COISA LINDA DE SE OUVIR!!É TÃO EMOTIVA,É TÃO SAUDOSA,TÃO BRASIL QUE CHEGA A DOER...ESSA BELA MÚSICA COMPOSTA POR DORI CAYME E PAULO CESAR PINHEIRO, FOI INSPIRADA EM DESENREDO - CONTO INTEGRANTE DE TUTAMÉIA - TERCEIRAS ESTÓRIAS DE JOÃO GUIMARÃES ROSA,MINEIRISSIMO,ESCRITOR DE GRANDE SERTÓES VEREDAS. TENHO LIGAÇÃO AFETIVA COM TUDO QUE GUIMARÃES ROSA (D)ESCREVEU,POIS NASCI NA REGIÃO EM QUE ELE TANTO AMAVA E SE REFERIA EM SEUS ESCRITOS,NELES VEJO MEUS PAIS E MUITAS VEZES ME VEJO NA VIDA DESSE DESSE POVO BREJEIRO, MINEIRO DAS VEREDAS ROSEANAS.
MAS VOLTANDO A MÚSICA QUE EU ESTAVA OUVINDO,ME VEIO A MENTE O CONTO ACIMA CITADO QUE NARRA UMA HISTORIA DE AMOR INCONDICIONAL,ACHO QUE O AMOR QUE TODO MUNDO GOSTARIA DE TER PARA SI,O AMOR QUE ACEITA,REDIME E RESTAURA.É A HISTORIA DO AMOR DE JÓ JOAQUIM " Jó Joaquim (...) era quieto, respeitado, bom ,como o cheiro de cerveja." ,JÓ APAIXONA POR UMA MULHER CASADA E NOTORIAMENTE INFIEL"Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento.".
O NOME DA MULHER É TROCADO DURANTE O CONTO VÁRIAS VEZES,COM A MESMA RAPIDEZ QUE ELA TROCAVA DE JEITO DE SER.JÓ JOAQUIM TORNA-SE AMANTE DESSA MULHER,COM TODAS AS DELICIAS E DIFICULDADES DE UMA PAIXÃO PROIBIDA . NUMA REVIRAVOLTA INESPERADA,DESSAS QUE A VIDA PODE DAR, O MARIDO MORRE.ACABA AI O IMPEDIMENTO PARA O AMOR DELES SE TORNAR VERDADEIRO E ELE SE CASA SEM PENSAR,E ELA CONTINUA COM SUA PERSONALIDADE INFIEL.NESSE MOMENTO É QUE ENTRA A QUESTÃO DO AMOR INCONDICIONAL E FINALMENTE O DESENREDO.ELE A CONHECE,SABE DE SUA FRAQUESA QUANTO A FIDELIDADE,MAS A AMA, E COMEÇA NUMA ESPÉCIE DE PEREGRINAÇÃO E NÃO É POR ACASO QUE GUIMARAES ROSA BATIZOU O PROTAGONISTA COM O NOME DE DE JÓ,É UMA CITAÇÃO AO PIEDOSO,FIEL E PACIENTE JÓ, O DAS ESCRITURAS SAGRADAS.
POR ONDE JÓ JOAQUIM PASSA REDESENHA A HISTORIA DA MULHER, DIZ A TODOS QUE A MULHER É FIEL,PURA,BOA. ELE COMEÇA UM PROCESSO PARA DESCALUNIÁ-LA.DISSE QUE ELA JAMAIS TEVE AMANTES,NEM UM SE QUER E TAL FOI A FORMA OBSTINADA QUE SUA ESTÓRIA ERA TRANSMITIDA POR ELE,COM TANTA VEROSSIMIDADE ,TANTA QUE ELE MESMO COMEÇOU A ACREDITAR EM SUA PRÓPRIA INVENÇÃO, E ISSO DEU CREDIBILIDADE AO SEU SONHO E TUDO QUE COMEÇOU A FAZER SENTIDO PARA ELE E AS PESSOAS COMEÇARAM A APAGAR AS VELHAS FOFOCAS E CONVERSINHAS SOBRE SUA MULHER, ABSORVENDO AS NOVAS INFORMAÇÕES DE JÓ JOAQUIM E COMO UM MILAGRE ELA FOI GANHANDO RESPEITO.
SEM DÚVIDA É UMA ESTÓRIA DE VIDA EXORCIZADA PELA PALAVRA.UMA HISTÓRIA QUE PODERIA ACABAR EM TRAGÉDIA COMO QUASE TODA ESTÓRIA E HISTORIAS DE TRAIÇÃO.PALAVRAS DE AMOR DE JÓ JOAQUIM.ELA A MULHER DESACALUNIADA, AO VER SUA IMAGEM LÍMPIDA E IMACULADA PELO MARIDO,PARA FAZER JUS A FAMA DA SUA NOVA ESTÓRIA, TRANSFORMOU-SE VERDADEIRAMENTE NUMA MULHER HONRADA ,AMOROSA ,FIEL E PURIFICADA,ASSIM COMO O SONHO DO BOM JÓ..


“O verdadeiro pode às vezes não ser verossímil.”

(BOILEAU, A arte poética)




DESENREDO
Musica de Dori Cayme e Paulo César Pinheiro

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

Friday, August 10, 2007

A ARTE É UMA BENÇÃO-FAYGA OSTROWER

A MAIS BRASILEIRA DAS POLONESAS





Premiada nas bienais de Veneza e de São Paulo, a gravurista e professora tenta dar ordem aos dispersos valores estéticos da atualidade

Aos 80 anos de idade, a polonesa naturalizada brasileira Fayga Ostrower carrega consigo não só o prestígio de ser uma das mais atuantes artistas plásticas da atualidade, mas também a responsabilidade de defender a arte de ataques conceituais equivocados, de interesses escusos e da superficialidade com que, muitas vezes, ela tem sido tratada.

Defensora romântica das artes visuais como forma de expressão subjetiva lapidada na reflexão estética madura e no aprimoramento técnico constante, Fayga visitou Joinville no início da semana para palestras na Casa da Cultura e na Univille, onde abriu oficialmente o 4º Encontro Estadual do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler).

Na segunda-feira, a gravurista e professora falou sobre os princípios da linguagem da arte em palestras gratuitas à tarde e à noite e, na terça, explicou didaticamente a transição estética entre o impressionismo e o cubismo.

Para a artista agraciada com o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza e com o Grande Prêmio Nacional da Bienal de São Paulo, não há motivos para a arte ser considerada uma entidade estranha à vida cotidiana, uma vez que é expressão facilmente compreendida mesmo por quem acredita nada saber sobre ela.

Usando como exemplo as famosíssimas gravações deixadas pelo homem pré-histórico nas cavernas ao longo dos Pirineus, Fayga lembra que "a arte é a linguagem natural do ser humano e sempre existiu para que todos a entendessem, embora fosse desenvolvida em sociedade".

O problema da mistificação, diz a professora de teoria da arte, composição e análise crítica, é que no rastro dos discursos desnecessariamente herméticos se cria a noção de que qualquer coisa, hoje, pode ser considerada arte - um erro que, segundo a palestrante, se fortalece na incapacidade ou na falta de coragem para discutir o tema com seriedade.

Para Fayga, todas as pessoas têm capacidade para perceber valores como a beleza, a justeza, o equilíbrio, o repouso, a tensão e a harmonia das formas no espaço. Sua palestra teve início na pré-história e passou pela arte egípcia, cicládica, grega, românica, renascentista, moderna e contemporânea para mostrar que muitos conceitos usados com gala pela crítica são familiares mesmo ao mais comum dos mortais, em qualquer cultura ou religião.

Ao Anexo, a artista confessou certo desapontamento com a produção artística atual e disse estar decepcionada com a falta de transparência dos críticos.

"A arte contemporânea é bastante problemática, boa parte não tem o mínimo valor artístico e a mediocridade é muito grande", lamenta.

"Discordo daqueles que dizem não haver mais critérios objetivos: eles existem, sim, e têm base na arte como linguagem e não só como expressão. Uma bandeira desfraldada ou uma bofetada não são atos artísticos".

Alimentando esta ótica (que para alguns tem teor nostálgico), Fayga reúne sabedoria suficiente para lançar críticas tanto à Bienal de São Paulo que a premiou quanto ao mercado de arte.

"Tenho saído muito deprimida das últimas bienais que tenho visto. A última, por exemplo, estava tão fraca quanto as outras", alerta.

"O mercado é uma faca de dois gumes: estimula o artista a produzir, mas seu espírito é contrário à criatividade".

Integrante honorária da Academia Dell'arti del Disegno de Florença (fundada por Miquelângelo), a gravurista não teme admoestações por considerar Marcel Duchamp e Andy Warhol "artistas muito medíocres" e Juarez Machado apenas "um ilustrador": "

O que uma obra de arte tem de mais característico é o seu caráter inovador. Se for arte, você pode vê-la 20, 30 vezes e isso sempre será uma experiência nova", ensina.

Autora de livros como "Acasos e Criação Artística", "Universos da Arte", "Criatividade e Processos de Criação", "A Sensibilidade do Intelecto" e "Goya - Artista Revolucionário e Humanista", Fayga Ostrower desmentiu os boatos de que estes seriam os últimos seminários de sua carreira de mais de 40 anos como palestrante e disse ter agenda lotada até novembro.

Para o ano que vem, a gravurista tem nos planos uma série de seminários em Paris, atividade que conciliará com a incessante produção artística.

"Sinto a arte como uma bênção, um presente da vida. Enquanto puder trabalhar, continuarei produzindo", dispara, mais lúcida do que muitos jovens.

Assumindo-se desiludida com a mídia, Fayga Ostrower chama a atenção para o fato de que grande parte dos acontecimentos culturais não tem a devida atenção dos meios de comunicação justamente em função do interesse financeiro das empresas ou até mesmo da incompetência dos profissionais que deveriam estar mais atentos às atividades artísticas da região em que atuam.

"A gente pensa que no Brasil não acontece nada e os próprios jornais e revistas fazem parecer que as coisas são dessa forma. Ao contrário do que mostram, o Brasil fervilha de eventos e manifestações espontâneas", lembrou, antes de explicar as bases daquela que propõe ser uma nova postura social de encarar da arte:

"Acredito em um espírito, em uma ética que interpreta os valores humanistas não como filantropia, mas como a realização das potencialidades criativas de cada pessoa".






Assumindo-se desiludida com a mídia, Fayga Ostrower chama a atenção para o fato de que grande parte dos acontecimentos culturais não tem a devida atenção dos meios de comunicação justamente em função do interesse financeiro das empresas ou até mesmo da incompetência dos profissionais que deveriam estar mais atentos às atividades artísticas da região em que atuam.

"A gente pensa que no Brasil não acontece nada e os próprios jornais e revistas fazem parecer que as coisas são dessa forma. Ao contrário do que mostram, o Brasil fervilha de eventos e manifestações espontâneas", lembrou, antes de explicar as bases daquela que propõe ser uma nova postura social de encarar da arte:
Acredito em um espírito, em uma ética que interpreta os valores humanistas não como filantropia, mas como a realização das potencialidades criativas de cada pessoa".

Fayga Ostrower, pintora, desenhista e gravadora, que morreu numa quarta-feira de 12 de setembro de 2001, aos 81 anos, vítima de câncer.


FONTE:Entrevista concedida a Gleber Pieniz e publicada em
"A Notícia" de Joinville em 3 de setembro de 2000,
um ano antes de sua morte

Wednesday, August 08, 2007

SIMÃO DE MIRANDA




I
Dedos entrelaçados em fragilidade pétala,
Eternidade pétrea no afago de ambos:
Está claro, o amor é raro.

II
O amor abnega uma tarde pouca.
Quer ser entrega, não escambo.
Está claro, o amor é caro.


Simão de Miranda é amigo de longa data,colega de faculdade do inico da década de 80
È poeta  dos bons e educador .
Veja uam parte de sua biografia  http://www.submarino.com.br/portal/Artista/42603/+simao+de+miranda
Além de ter conquistado seu lugar no espaço e de ser tudo isso,Simão é um doce ser humano,dotado de rara sensibilidade.
Seus poemas me encantam.

PARABÉNS ARTISTAS!!

MES DE AGOSTO É O MES DA ARTE E CULTURA,MES DO FOLCLORE.PARABENS A TODOS QUE DE UMA FORMA OU DE OUTRA SÃO ARTISTAS.LEVANDO EM CONTA QUE FOMOS FEITOS A IMAGEM E SEMELHANÇA DO CRIADOR,É INERENTE AO SER HUMANO A CRIATIVIDADE,PORTANTO,PINTEM E BORDEM!!BJKAS

Tuesday, August 07, 2007

OCTOPUS





OCTOPUS
NANA LOPES


OS BRAÇOS NEGROS DA NOITE
ESTENDE-SE DENGOSO ATÉ O DIA
IMITAM GESTO DE POLVO
TENTÁCULOS DE PLUMA E PREGUIÇA
ESPECTRO DE ESTELAR NUANCE
ACALENTA SONHOS DESPERTOS
AFAGA LEMBRANÇAS CONTIDAS
ENVOLVE CARINHO ESTELAR
DEVOLVE A PAZ ESQUECIDA
AGARRA,ENLAÇA,COMBINA
SOLTA,MODERA,DESPEDE
RI,PROMETE,AMANHECE...

Friday, August 03, 2007

http://br.youtube.com/watch?v=UOgFVc4-_ko

FERNÃO CAPELO GAIVOTA-RICHARD BACH




"Amanhecia um novo dia de trabalho.
Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra. Mas Fernão Capelo Gaivota - sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trémula e difícil curva, parando, parando ... e atrapalhando-se outra vez! - não era um pássaro vulgar.

A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples fatos do voo - como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar...” (in, Fernão Capelo gaivota, BACH Richard)"

ACREDITO QUE MUITA GENTE DA MINHA GERAÇÃO LEU FERNANDO CAPELO GAIVOTA.LITERATURA FANTASTICA,FALA SOBRE UMA GAIVOTA .NÃO UMA GAIVOTA QUALQUER,MAS QUE AMA VOAR.PARECE UMA REDUNDÂNCIA,FALAR DE UMA GAIVOTA QUE GOSTA DE VOAR,MAS A GAIVOTA NATURALMENTE NAO É UM PÁSSARO EXPLORADOR DE ESPAÇOS NOVOS.SE CONFORMA EM APENAS ESTAR EM UM TERRITÓRIO DELIMITADO,SEM GRANDES EMOÇOES,LUTANDO APENAS PELA SOBREVIVENCIA,ALGUMAS SE ADAPTARAM EM COMER RESTOS,MIGALHAS E LIXO JOGADOS NAS PRAIAS URBANAS...É UMA HISTORIA SOBRE APRENDIZAGEM,AUTO-CONHECIMENTO,LIBERDADE,CRESCIMENTO INTELECTUAL,ESPIRITUAL E FÍSICO.INTERESSANTE METÁFORA. NOS FAZ PENSAR DO POSSIVEL FERNÃO QUE EXISTE DENTRO DE CADA UM DE NÓS.RICHARD BACH SONHOU COM ESSA HISTÓRIA E A ESCREVEU,PASSOU-SE UM PERÍODO PARA TERMINAR O LIVRO POIS NAO HAVIA SONHADO O FINAL.SOMENTE DEPOIS DE MUITO TEMPO ELE SONHOU COM O FIM DA HISTÓRIA ,PODENDO ASSIM TERMINAR DE ESCREVER O LIVRO E PROCUROU UM EDITOR.FOI REJEITADO POR VÁRIAS VEZES PELOS EDITORES.HÁ TAMBÉM O FILME BASEADO NESSE LIVRO DE 1973.TEM UMA BELA FOTOGRAFIA,E A TRILHA SONORA CONTA COM A INTERPRETAÇÃO DE NELL DIAMOND.AMOOOOOOOOO, ESSA TRILHA SONORA,PORTANTO SOU SUSPEITA EM INDICAR,LOGO ACIMA HÁ UM LINK DO YOTUBE COM UMA DAS MÚSICAS.XERETEM!!VALE A PENA LER O LIVRO,VER O FILME, VIAJAR NAS MÚSICAS E PENSAR UM POUCO SOBRE NOSSAS INFINITAS POSSIBILIDADES DE VÔOS.UMA ESTÓRIA COM MUITA POESIA.

O GRITO -(Edvard Munch)

ESTA IMAGEM TALVEZ SEJA A MAIS IMPORTANTE DO EXPRESSIONISMO,NO MÍNIMO,A MAIS CONHECIDA DE MUNCH.OBRA INSPIRADA NA PRÓPRIA VIDA PESSOAL DO PINTOR.SUAS TRISTEZAS,ANGUSTIAS PROFUNDAS,SUA HISTÓRIA DE VIDA,DESENCONTROS...HÁ UMA CITAÇÃO DE UM SUPOSTO DIARIO QUE ELE ESCREVIA QUE RELEVA COMO QUE SE DEU A INSPIRAÇÃO PARA A TELA:"Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a vedação – havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza. "



A IMAGEM SE DA DE FORMA A INTERAGIR COM QUE A OBSERVA.IMPOSSÍVEL NÃO REAGIR A FIGURA EM SEU MOMENTO DE DOR.A IMAGEM EM PRIMEIRO PLANO,SEM TRAÇOS DEFINIDOS DE RAÇA OU SEXO,DA UM Q DE NEUTRALIDADE,FIGURA ANDRÔGINA, PODERIA SER QUALQUER PESSOA.O GRITO ,IMAGEM CONTORCIDA,SEGUE COM O FUNDO TAMBÉM DISTORCIDO.CORES QUENTES NO CÉU COMO LAVAS DE UM VULCÃO E O RIO EM AZUL COMO UMA LINGUA DE VIDRO,CONTRASTE ENTRE CORES COMPLEMENTARES, AMPLIA A DRAMATICIDADE DO QUADRO.A PONTE CONTINUA INTACTA ASSIM COMO SEUS AMIGOS,INDIFERENTES AO QUE ELE ESTAVA PASSANDO.MUITAS VEZES ESTAMOS AO LADO DE ALGUÉM COM UMA GRANDE ANGUSTIA E PASSEAMOS AO SEU LADO,SEM SEQUER IMAGINAR TODO O DESESPERO INTERNO E ANGUSTIA DE VIDA.




NASCER DOI,CRESCER DOI,VIVER DOI,ENVELHECER DOI BASTANTE!!
MAIS DOLOROSO AINDA É SE MATAR PARA NÃO SENTIR A VIDA!
Sinto muito por voces,Vctor e Camilla,!!DESCANCE EM PAZ REGINA