O GÓTICO FRANCÊS
A França foi o berço do Gótico, favorecida por sua intensa atividade intelectual baseada no período anterior, o Românico. Os suportes intelectuais do gótico proporcionaram o desenvolvimento de um novo valor aos sentidos do ser humano e a Natureza. Graças a esse fato, ocorreu a suavização da rigidez românica, proporcionando a criação de um estilo mais natural, mais humano, no qual os santos sorriam. Assim como no Românico, a pintura ganhou destaque no gótico francês, caracterizada pela elegância e pelo dinamismo. No início, eram utilizadas cores planas, mas progressivamente as pinturas adquiriram gradações que o aproximaram do Gótico Italiano.
No gótico francês, uma vez chegado o seu máximo esplendor, a parede deixou de ser com efeito, elemento da estrutura. O edifício é uma gaiola de vidro e de pedra com as janelas que vão de um pilar a outro. Se a parede existe ainda, por exemplo, sob as janelas das naves laterais, é somente como defesa contra as intempéries. Tudo se passa como se as paredes românicas tivessem sido cortadas em secções e cada secção houvesse girado sobre si própria num ângulo reto para o exterior, de modo a formar contra-fortes.
Caracteristicas principais do Gótico Frances:
Rosácea
Vitrais
Arcos botantes
Abóbodas com cruzamento de Ogivas
Suporte
Verticalismo
Dentre os elementos da arquitetura gótica este seria o mais importante. Os arquitetos góticos introduziram duas inovações fundamentais na construção de abóbadas. Em primeiro lugar para os arcos dobrados e os arcos dianteiros terem a mesma dimensão que os arcos cruzeiros, adotaram o arco de ogiva
O cruzamento das ogivas permite obter abóbadas com arcos da mesma altura. Numa abóbada que cubra um espaço retangular, a ogiva dos arcos formeiros tem de ser muito pronunciada. Por outro lado, os construtores góticos tentaram concentrar a pressão das abóbadas ao longo de uma linha única, em frente de cada pilar, no exterior do edifício. Os arcos góticos alteiam os arcos formeiros: em vez de os iniciar ao mesmo nível que os arcos diagonais, inserem um colunelo que permite colocar o nascimento dos arcos formeiros em nível superior ao dos outros. as janelas da clarabóia podem, assim, tornar-se mais importantes e deixa de ser necessário acentuar a ogiva do arco formeiro para obter uma abóbada de flechas iguais. Finalmente, a zona coberta pela abóbada na parede exterior reduz-se a uma linha em vez de se limitar a um triângulo. A nave da Catedral de Amiens oferece um exemplo claro deste sistema.
Verticalismo:O verticalismo das edificações góticas enfatiza as transformações dos ideais estéticos, do gosto e do pensamento filosófico da época traduzidos no plano arquitetônico. Os mestres góticos desenvolveram técnicas, com o conhecimento das leis mecânicas e da resistência dos materiais, que permitiam cada vez mais a verticalização das construções (as flechas da Catedral de Estrasburgo chegam a 142 metros). Tais construções foram possíveis devido à utilização de abóbadas sustentadas por cruzarias ogivais e do arco quebrado em vez do arco de volta perfeita, além do emprego do arcobotante e dos contrafortes.
SUPORTE:
Uma vez que a arquitetura gótica se desenvolveu à partir da românica, podemos encontrar um colunelo para cada nervura da abóbada, o que efetivamente acontece sobre os capitéis da arcada da nave. Como as proporções do edifício se tornaram mais leves, os fustes são mais esguios do que na arte românica e sublinham o movimento ascendente do conjunto. Quanto ao pilar propriamente dito, o caso é diferente. O pilar composto românico, por mais lógico que seja, é relativamente espesso; define o espaço da nave central e separa-a das laterais. As diferentes partes da igreja são desde então concebidas como unidade separadas. O gótico parece primeiramente retroceder. O pilar composto é substituído por uma coluna lisa e redonda cuja massa, menos volumosa, facilita a passagem entre a nave central e as laterais, criando um espaço único. Para que se torne possível utilizar colunas lias, os suportes aparentes dos arcos da abóbada devem terminar ao nível dos capitéis, o que embora arquitetonicamente possível é pouco estético. Com efeito, as verticais rígidas dos colunelos parecem interromper-se bruscamente demais.
Entretanto o desejo de se construir catedrais cada vez mais altas leva a um grande aprimoramento técnico e os fortíssimos pilares de Chartres por exemplo nos elegantes fustes de Amiens, testemunho de uma experiência mais avançada em termos de arquitetura.
A habilidade técnica em constante progresso dos construtores dos séculos XIV e XV permitir-lhes-á recorrer de novo ao pilar composto, cujos elementos serão tão finos e tão delicados que ele parece desafiar as leis da gravidade.
CONTRAFORTE:
É o terceiro e último elemento estrutural do gótico As paredes góticas ao contrário das românicas são finas, ou inexistentes sendo o contraforte tipicamente gótico composto de duas partes:
A primeira o contraforte propriamente dito inspira-se no contraforte românico e está colocado em ângulo reto em relação a igreja, contra a parede lateral, e, no mais alto grau de perfeição, eleva-se bastante alto. O peso deste elemento neutraliza a pressão das abóbadas.
O segundo elemento, ou arcobotante, é especificamente gótico. O arcobotante tem uma caixilharia diagonal de pedra; está escorado de um lado pelo contraforte, colocado a certa distância da parede, e por outro lado pela clarabóia da nave. O arcobotante dirige a pressão da abóbada para o exterior por cima da cobertura da nave central. Como é cimbrado por baixo, exerce um pouco de pressão sobre o vão; sozinho não poderia resistir à pressão lateral das abóbadas, mas associado aos contrafortes, tem uma força enorme. Foi graças a esse elemento que o gótico ousou construir naves tão altas e tão claras. A catedral gótica, eleva-se para o céu como uma oração e tal como a filosofia medieval, exprime o intangível e transcende o homem na sua procura do além.
Vitrais: As catedrais góticas não são unicamente ornadas por estátuas, e o ensino pela imagem que proporcionam aos fiéis surge mais claramente nos relevos e nos vitrais. Que além da função decorativa e de elemento de forte simbologia fornecem-nos inúmeras informações acerca das características e do modo de vida durante a Idade Média.
Por fim, a exuberância da época gótica exterioriza-se também nas representações grotescas. Certos animais fantásticos servem de gárgulas, isto é de goteiras. Mas a maior parte equilibra-se nos contrafortes, espreita sobre o parapeito, ou agacha-se sobre as cornijas.
Contrariamente aos outros elementos góticos, eles não têm qualquer função arquitetural ou litúrgica, mas estão sem dúvida ligados às mais remotas superstições populares. Algumas destas figuras são humanas, mas na maioria dos casos trata-se de pura invenção do espírito, em que os animais reais e imaginários formam uma geração híbrida compondo o rico bestiário medieval. Executados no mesmo estilo que as esculturas sacras, estes tipos de monstros povoam as catedrais de alto a baixo. As obras deste tipo e, aliás todas as esculturas góticas, não têm qualquer sentido, uma vez fora do seu enquadramento. Estão demasiadamente ligadas, pela representação e pela realização, ao conjunto da construção para dele poderem ser separados. Associados à catedral contribuem para exprimir todo o vigor religioso da cristandade medieval.
Rosácea: A rosácea (localizada na zona superior nas fachadas das catedrais) é um elemento muito importante na arquitetura gótica, pois sua forma circular remete a dois símbolos: o sol, símbolo de Cristo e a rosa, símbolo de Maria. A rosácea também tem a função de constituir fonte de luz.
Principais Construções Góticas: abadia de Saint Denis –1º construção gótica (França), Catedral de Notre Dame (Paris e Chartres - França), Catedral de Beauvais (França),Amiens
ABADIA DE SÃO DENIS
Sendo a Igreja onde eram enterrados os reis franceses, a Abadia de Saint Denis teve sua terceira reconstrução iniciada em 1137, quando o abade Suger, o principal idealizador do estilo gótico, decidiu renovar os edifícios da abadia. Mantendo a cripta no estilo românico, a reconstrução da fachada ocidental (vide foto ao lado) foi completada em 1140 e, finalmente, o coro em 1144, marcando o início de mais que um estilo, o espírito gótico.
Esse novo espírito, aliado ao fato do crescimento das cidades com o término do regime feudal, foi aos poucos aparecendo e, logo, ficando evidente nas igrejas desse período. Enquanto as catedrais românicas se apresentavam pesadas, escuras e o lugar onde os homens religiosos da Idade Média se escondiam com medo dos "olhos de Deus", as catedrais góticas se abriram para a luz do mundo exterior, transformando-a e tornando-a sobrenatural.
Ficha Técnica:Em 1144, o término do coro da Abadia de Saint Denis marcou o início do revolucionário estilo gótico. O objeto de estudo da humanidade, antes Deus, passou a ser o próprio homem e o mundo real, sem que para isso o homem perdesse sua religiosidade.
Nome Abadia de Saint-Denis
Sistema Estrutural Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes
Função Catedral
Localização Saint Denis, França
Época da construção Século XII
Concepção Abade Suger
Projeto Desconhecidos autores, talvez o Abade Suger sendo um deles
Execução Desconhecidos autores, talvez o Abade Suger sendo um deles
Dimensões Abóbadas com 29 m de altura, nave central com 12,5 m de largura e comprimento de 108 m.
Material alvenaria de pedra com argamassa
Consideradas por muitos como verdadeiras obras-primas por aparentarem dimensões maiores ainda que as reais e, principalmente, por apresentarem um jogo com luzes e sombras em seu interior, as catedrais góticas podem ser consideradas como uma vitória da arquitetura sobre a gravidade.
Incorporando grandes vitrais e novos elementos estruturais, a busca pela grande luminosidade, detentora de grande poder espiritual, foi vencida. Armados apenas com simples ferramentas e relações geométricas, altos e pontiagudos arcos foram construídos e integrados a um sistema complexo de abóbodas ogivais, arcobotantes e contrafortes (vide esquema ao lado e sistema estrutural). Assim as catedrais góticas atingiram inacreditáveis alturas e, junto aos seus belos vitrais, se tornaram um emblema dessa época.
Catedral de Amiens
Nome: Catedral de Amiens
Sistema estrutural:Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes.
Função:Catedral
Localização: Amiens, França
Época da construção :Séculos XIII ao XV
Projeto: Robert de Luzarlhes e outros mestres construtores desconhecidos
Execução :Robert de Luzarlhes e outros mestres construtores desconhecidos
Dimensões :Abóbadas com 42,3 m de altura, nave central com 14,6 m de largura, comprimento externo de 145 m e interno de 133,5 m.
Material :Alvenaria de pedra com argamassa
Altura:42,3 m
Site: Amiens Cathedral
Conhecida como "Partenon da arquitetura francesa", a Catedral de Amiens, na França, permanece até os dias de hoje intacta, revelando a beleza e grandiosidade de seu estilo gótico
Legenda:
1. Capela radial
2. Deambulatório
3. Altar
4. Coro
5. Corredores laterais do Coro
6. Cruzeiro
7. Transepto
8. Contraforte
9. Nave
10. Nave lateral
11. Fachada, portal
Considerada como a mais importante mostra das construções religiosas francesas, a catedral de Amiens manteve seu estilo gótico, tendo sobrevivido à Revolução Francesa, à Primeira Guerra Mundial e, principalmente, ao bombardeio que a cidade sofreu em 1940.
Em 1152, ainda no estilo românico, foi construída a primeira Catedral de Amiens que, mais tarde, em 1218, foi destruída por um grande incêndio.
Sua reconstrução, já no estilo gótico, iniciou-se em 1220, tendo sua nave, cuja largura é de 14,6 m, sido completada em 1245. O coro começou a ser reconstruído por volta de 1238 e completado em 1269, sendo o restante finalizado em 1288. Ainda foram construídas duas torres, a torre sul concluída por volta de 1366 e a torre norte concluída por volta de 1401. Uma construção razoavelmente rápida, se comparada com as outras catedrais deste tempo.
Sua parte interna mostra o sinal forte do então maduro estilo gótico, como o trifório iluminado (vide foto ao lado) de seu coro. Esse estilo é apresentado tanto pelos grandes e belos vitrais produzindo um grande brilho e iluminação na parte superior da igreja, quanto em sua grandiosidade, podendo reunir 10 mil pessoas e possuindo uma das maiores alturas dentre as catedrais góticas, 42,3 m.
VITRAIS DO TRIFÓRIO
Originalmente o trifório da nave era projetado apresentando vitrais como os do coro, porém o projeto não foi seguido devido a razões estruturais, sendo os vitrais substituídos por paredes (isso devido à ampliação da altura em 3 metros gerando maiores esforços).
NOTRE DAME DE PARIS
A mais famosa catedral gótica medieval, situada na Île de la Cité, em Paris, dedicada à Virgem Maria, a construção da catedral Notre Dame de Paris foi iniciada em 1163 quando o papa Alexandre III inaugurou a pedra fundamental.
Maurice Sully, o bispo de Paris, teve a idéia de transformar as duas igrejas antigas que aí existiam para formar uma catedral enorme sem igual.
Ficha Técnica
Nome Catedral de Notre Dame
Sistema Estrutural Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes
Função Catedral
Localização Paris, França
Época da construção Séculos XII e XIII
Projeto Jean de Chelles e outros mestres desconhecidos
Execução Jean de Chelles e outros mestres desconhecidos
Dimensões Abóbadas com 34 m de altura, nave central com 12 m de largura e comprimento externo de 130 m.
Material Alvenaria de pedra com argamassa
A galeria do coro foi terminada em 1183. A pia batismal oeste e a nave foram terminadas em 1240. Nesta mesma época as janelas originais, do período gótico inicial foram ampliadas e preenchidas com arabescos seguindo o estilo do alto período gótico. Uma série de construções completadas por volta de 1260 acrescentaram torres de 68 metros, janelas em rosáceas, e reforços leves e delicados que tornaram tão extraordinária a arquitetura desta catedral.
O interior acabado mede 130 metros de comprimento por 48 de largura, com um telhado 35 metros.
Em 1844, Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc iniciou uma restauração de grande porte da catedral, dando-lhe novamente vários elementos do período gótico inicial A fachada oeste da catedral, muito danificada durante a Revolução Francesa, também foi restaurada.
Em 1250, Jean de Chelles, mestre construtor do período, decidiu substituir as paredes dos transeptos por paredes de vidro (vide foto da visão interna da catedral). Livres da influência de cargas, foram abertos nessas paredes grandes orifícios que foram preenchidos com vidros e estruturados apenas por dois pequenos pilares. Assim, formou-se com centenas de blocos de pedra uma belíssima moldura para esses vidros em forma de rosa, delineando a fachada da catedral
Um espírito de competição tomou conta do século XII no que se referia à construção de catedrais. O desconhecido mestre (idealizador e construtor) dos trabalhos de Notre Dame em Paris, logo no início do trabalho em 1150, decidiu que esta catedral seria a mais alta igreja existente na época.
Assim os trabalhos começaram e, quando o coro estava praticamente terminado, foi tomada mais uma corajosa decisão, aumentar ainda mais a altura da catedral, agora a uma altura um terço mais alta do que qualquer outra catedral existente.
Notre Dame tornou-se assim um lugar de grandes discussões pois, além da beleza criada pela grande altura, muitos problemas, nunca antes enfrentados, começaram a surgir. Sua altura se tornou tão grande que a luz que entrava pelas janelas situadas na parte superior das paredes da catedral não atingia o chão.
Quanto mais alta ficava sua estrutura, mais problemas eram encontrados, dentre eles a grande velocidade e, principalmente, a grande pressão dos ventos.
Frente a esses problemas, os mestres construtores e estudiosos encontraram uma solução: abóbodas ogivais, arcobotantes e contrafortes introduzidos em 1180 (vide foto ao lado). Esses novos elementos estruturais propiciaram paredes mais altas e resistiram aos esforços laterais gerados pelas abóbadas e pelo vento. Porém, frente a pequenas rachaduras, os construtores perceberam pontos falhos nesse esquema estrutural e, em 1220, modificaram a estrutura, além de terem introduzido escadarias ao lado dos corredores e galerias
A perfeição e habilidade do trabalho de Jean de Chelles, desenvolvendo a geometria e supervisionando o corte das pedras, foi tanta que essa moldura de pedra vem suportando 117 metros quadrados de vidros há mais de 700 anos e, nos 100 anos seguintes, pouco menos de 20 janelas tentaram superá-la em tamanho, porém nenhuma realmente conseguiu.
Catedral de Beauvais
Ficha Técnica
Nome Catedral de Beauvais
Sistema Estrutural Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes
Função Catedral
Localização Beauvais, França
Época da construção Séculos XIII ao XVII
Projeto Jean Vast e outros mestres construtores desconhecidos
Execução Jean Vast e outros mestres construtores desconhecidos
Dimensões 8.22 m entre pilares longitudinais e abóbadas com 48 m de altura
Material Alvenaria de pedra com argamassa
Localizada a 60 km ao norte de Paris, a Catedral de Beauvais, também conhecida como a Catedral Inacabada, se destaca pela sua grandiosidade, mesmo tendo apenas o coro e dois transeptos construídos.
Localização de Beauvais
Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.
Corte da Catedral
Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.
Destruída pelo fogo em 1180 e 1225, a Catedral, antes no estilo românico, teve sua reconstrução iniciada em 1225. O primeiro mestre construtor tabalhou na catedral por 20 anos e nesse período, além de construir sólidas fundações para a catedral e erguer as paredes do deambulatório até o nível das naves internas, utilizou seu grande conhecimento de engenharia e de arte projetando a catedral com uma maior luminosidade devido ao incremento de distância entre pilares (chegando a 8.22 m longitudinalmente) e elevando a altura de suas abóbadas a 48 m, permitindo assim maior entrada de luminosidade na nave através de seus clerestórios iluminados (um desafio para a época, pois as paredes do clerestório foram substituídas por vitrais, estes sem resistência alguma).
Depois do trabalho de 5 anos do segundo mestre construtor (também desconhecido), a construção foi assumida por um terceiro mestre, o qual terminou a construção do coro e do deambulatório em 1272.
Porém, sem qualquer aviso prévio, em 1284 ocorreu a queda das abóbadas do coro, destruindo parcialmente a catedral e, junto com as abóbadas, caíram por terra as aspirações ao gigantismo da arquitetura gótica.
A causa da queda da estrutura é desconhecida até os dias de hoje, porém existem algumas hipóteses, dentre elas: a má qualidade da alvenaria do terceiro mestre construtor ou, como sugeriu Robert Mark, a ação do vento na lateral da estrutura da igreja causando sobrecarga e assim o colapso da estrutura.
A reconstrução do coro, no estilo gótico e considerado modelo de perfeição com vitrais de 18 m de altura, se deu entre 1322 e 1337, justamente quando o quarto mestre construtor (também desconhecido), atribuindo à elevada distância entre os pilares a queda da estrutura, decidiu construir pilares intermediários entre os pilares da nave (pilares com hachura cheia no esquema ao lado). Apesar de muitas críticas, a colocação desses pilares não interferiu na beleza interna da catedral, porém, estruturalmente transformou as abóbadas do coro, antes quadripartidas, em hexapartidas (vide figura) fazendo com que fossem necessários novos pilares externos, entre os arcobotantes.
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Planta da Catedral
Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.
Movimento da torre
A Guerra dos 100 anos e a ocupação inglesa interromperam o trabalho por 150 anos. Após esse período, em 1500, Martin Cambiges, o quinto mestre construtor, deu início à construção dos transeptos, os quais foram acabados em 1532, já sob comando do sexto mestre construtor, Jean Vast.
Com a catedral ainda inacabada, já que a nave ainda não havia sido construída, decidiu-se construir uma torre no cruzeiro. Após muita discussão sobre se a torre seria de madeira ou de pedra, em 1558 optou-se pela construção de uma torre de pedra, a qual foi iniciada em 1564 e terminada em 1569, atingindo uma altura de aproximadamente 151 m.
Dois anos depois, os pilares centrais do cruzeiro que suportavam os esforços da torre demonstravam sinais de desgaste devido à sobrecarga. Estes pilares começaram a pender no sentido da nave, que, por ainda não estar construída, não fornecia apoio para a torre neste lado (vide figura). Foi então sugerida a imediata construção da nave buscando gerar esse apoio. A construção da nave teve seu início em 17 de abril de 1573; treze dias depois, a torre veio abaixo. Felizmente, neste momento os fiéis estavam em uma procissão fora da catedral, e, milagrosamente, nenhum perdeu a vida no acidente.
Desafiando, aparentemente, as leis da gravidade, a catedral apresenta, assim como as demais catedrais góticas um complexo esquema estrutural baseado em abóbadas de arcos pontiagudos e arcobotantes. Estes elementos estruturais possibilitaram que as paredes laterais da nave fossem mais altas e esbeltas, já que transferiam os esforços horizontais gerados pelo telhado, abóbadas e vento para contrafortes na periferia da igreja (vide sistema estrutural).
A torre nunca mais foi reconstruída e, em 1605, decidiu-se deixar a construção inacabada por uma série de motivos, entre eles: já haviam gastado todo o orçamento da construção e o estilo gótico já tinha perdido seu espaço, visto que já se estava então em pleno Renascimento, com a construção das igrejas sendo feita em outro estilo.
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CATEDRAL DE CHARTRES
Um dos maiores exemplos europeus da arquitetura gótica,
a Catedral de Chartres tem pilares que sustentam as paredes
Os peregrinos viram primeiro essa obra magistral da arquitetura gótica do século 13 assim como os visitantes modernos o fazem. Em direção aos céus da cidade de Chartres, seus pináculos perfuram o céu azul. Chamada de Catedral de Notre-Dame, ela era local de peregrinação porque abriga o que os fiéis acreditam ser o véu que a Virgem Maria vestia durante o nascimento de Jesus. Em 1194, a relíquia milagrosamente sobreviveu a um incêndio que destruiu a maioria das catedrais romanescas do lugar.
Em apenas 30 anos, os elementos que sobreviventes foram restaurados com a nova catedral gótica. Imenso, com 130 m de comprimento, o prédio tem uma nave de 17 m, a mais larga da França. Uma das torres de sino assimétricas é o campanário romanesco mais alto do mundo (105 m) e a outra torre é um campanário gótico ainda mais sublime.
A catedral tem 2.500 m² de vidros coloridos em 176 janelas maravilhosas, entre elas três rosáceas mundialmente famosas. A cor profunda e intensa conhecida como "azul Chartres" está imortalizada nos vidros da catedral. Algumas janelas ilustram histórias da Bíblia: figuras que já forneceram uma forma silenciosa de comunicar os conceitos cristãos para os peregrinos analfabetos que iam para a catedral nos tempos medievais.
No chão da nave há um labirinto de pedra que, embora tenha apenas 13 m de comprimento, se fosse desenrolado, teria um caminho cheio de curvas de 261 m. Há tempos, o labirinto serve para os fiéis como uma peregrinação simbólica à Terra Sagrada e como uma caminhada mística de meditação. Na verdade, a Catedral de Chartres tem beleza e santidade suficiente para satisfazer qualquer peregrino.
AUTOR: Jerry Camarillo Dunn Jr. trabalhou com a Sociedade Geográfica Nacional por mais de 20 anos, começando como editor, escritor e colunista na revista Traveler e depois escrevendo guias de viagem. Seu último trabalho na National Geographic Traveler: San Francisco.
Na região do Vale do Loire se encontra a maior Catedral gótica da Europa: a Catedral de Chartres, cuja construção se iniciou em 1020
""A catedral de Chartres, na França, é de extrema importância para os místicos. Além dos minuciosos cálculos de proporções geométricas em seu interior, há também testemunhos dos cultos pré-cristãos da Europa. Há indícios de que foi edificada sobre os restos arcaicos dos templos pagãos. Segundo radiestesistas, em certos pontos do interior da catedral há pontos de energia telúrica excepcionalmente poderosos.
A catedral de Chartres, assim como a maioria das catedrais gótica foi construída de maneira que o espectador dirija seu olhar para o alto, na busca do "muito mais alto"(M. Eliade); espaço que converge para o alvo principal através dos arcos, considerados "caminhos para Deus"; abóbadas, "contato direto com o criador"; rosáceas, com um desenho semelhante às mandalas (círculo mágico do tempo).""http://www1.uol.com.br/bemzen/ultnot/religioes/ult54u983.htm
No interior da Catedral de Chartres, na nave lateral oeste do transepto sul, há uma pedra retangular incrustada, enviesada ao piso, cuja brancura ressalta nitidamente sobre a cor cinza do restante. Essa pedra está assinalada por uma peça saliente em metal dourado. Cada ano, no solstício de verão, em 21 de junho, se o sol está brilhando, ao meio dia, um raio que filtra de uma abertura no vitral de Santo Apolinário vai atingir essa pedra. Acredito que esta seja a prova definitiva contra os céticos que acreditam ainda que as Catedrais Góticas são simples Igrejas.
No início do pavimento da nave central era colocado o Labirinto. Quase todos foram destruídos, mas em Amiens (refeito) e em Chartres (original) ainda permanecem a testemunhar uma sabedoria secreta. No calçamento das nobres igrejas, são um símbolo de uma riqueza inesgotável. Geralmente de forma circular, eles existem também na forma octogonal e quadrada. Têm sua origem no Labirinto de Creta, arquétipo da mitologia grega, onde o rei Minos faz aprisionar o Minotauro, metade homem, metade touro, filho da traição de sua mulher e rainha, Pasífae. Dédalo, arquiteto do labirinto de Creta, o construiu cheio de corredores que se entrecruzavam e de aposentos dispostos de tal maneira que quem neles entrasse não mais conseguiria sair.
A Catedral de Chartres é a alma visível da Idade Média. Construída para abrigar o véu da Virgem, doado à cidade pelo neto de Carlo Magno-Carlos, o Calvo – é uma obra de arte multimídia. Os vitrais, a mais intacta coleção de janelas medieval do mundo, ocupa uma área total de 8.800 metros. Ilustrando passagens da Bíblia, as vidas dos santos e até mesmos os artesanatos tradicionais da França, os vitrais são gigantescos manuscritos iluminados!
Há uma ampla crença que o vidro é líquido. Talvez isso seja baseado no mito de que os vidros das antigas catedrais são mais espessos na parte inferior que na superior, sugerindo um escoamento lento durante os séculos... Mas isso é mito, o Departamento de Engenharia da Universidade de Federal de São Carlos, pesquisou o assunto e descobriu que o tempo necessário para que o vidro 'escorra' de forma perceptível na temperatura ambiente seria incrivelmente longo (trilhões de anos!) e seu efeito não poderia ser medido nem nas mais antigas catedrais. Nem mesmo se o primeiro vidro obtido pela humanidade tivesse sido pendurado e deixado assim por todos esse tempo, ainda assim não teríamos como perceber hoje qualquer sinal de escoamento. Portanto, o vidro comum de janelas, em temperatura ambiente, comporta-se com um sólido.
Parte central do vitral do Bom Samaritano, doado pelos sapateiros. Justapostas, cenas da parábola do Bom Samaritano e do Gênesis. A árvore da ciência do bem e do mal nos faz pensar no livre arbítrio que se colocou para o Bom Samaritano
www.fflch.usp.br/citrat/Pictures
Catedral de Chartres: (meados do século XII) Na primeira janela da parte colateral do coro, do lado sul, uma figura da Virgem com o Menino, com grande riqueza de pormenores e de colorido. Anjos em atitude de adoração compõem a cercadura lateral, contornada por outros elementos decorativos menores. Denominada: Notre-Dame de la Bellle Verrière (Nossa Senhora do Belo Vitral).
www.fflch.usp.br/citrat/Pictures
Os vitrais cobrem uma superfície de 3.000 m² e durante as duas guerras mundiais, eles foram desmontados peça por peça e guardados em lugar seguro.
O resultado é uma catedral com uma bíblia em quadrinhos de vidro.É famosa no mundo todo pela sua magnífica coleção de vitrais que são os únicos originais do período gótico . São mais de 150 deles, que mostram histórias bíblicas e o cotidiano do século 13.
Uma verdadeira obra de arte!!!
TÌMPANO
OUTRAS CATEDRAIS
REIMS
PORTAL
Fontes: Bibliografia
GOZZOLI, M.C. Como Reconhecer a Arte Gótica. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 69p.
RIBEIRO, F. História crítica da Arte – 5 volumes. Rio de Janeiro: Fundo Cultura, 1965. 265p.
RIBEIRO, H.P. A arte gótica. Bauru: Unesp, 1969. 108p.
UPJOHN E.M., WINGERT, P.S., MAHLER, J.G. O Neoclassicismo e oRromantismo in História Mundial da Arte: do Barroco ao Romantismo. 3ª edição, Livraria Bertrand
GUINSBURG, J. O Romantismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978
UPJOHN, E.M.; WINGERT, P.S.; MAHLER, J.G. História Mundial da Arte: Dos Etruscos ao Fim da Idade Média. 4.ed. São Paulo: Bertrand, 1975. 267p.
DISCIPLIMA: HISTÓRIA E ESTÉTICA DA ARTE-PROF.: WILLIANS BAL HISTÓRIA DA ARTE: DO GÓTICO AO ROMANTISMO:Licínia de Freitas Iossi,Katherine Zuliani,Thaís GoldKorn,Fernando Ramos Geloneze,Vinícius Ramires Álvares,Lívia Cerqueira Leite,Guilherme Amaral
Sitiolorafia:
http://www.beatrix.pro.br/arte/goticoarqui.htm
ARTE MANHAS. Romantismo. Disponível em:
ARTE ROMÂNTICA. Disponível em:
ARTE ROMÂNTICA. Disponível em:
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ENCYCLOPEDIA. Disponível em:
HISTÓRIA DA ARTE. Romantismo. Disponível em:
HISTÓRIA NET. História da Arte: Romantismo. Disponível em:
METROPOLITAN MUSEUM OF ARTE. Disponível em:
MUSEUM QUALITY. Disponível em:
Lindo. Gótico é simplesmente lindo.
ReplyDeleteGostei da sua música.Beijocas
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