[...] A VISÃO NAS PONTAS DOS DEDOS.PARA VER BASTA BASTA FECHAR OS OLHOS E ABRIR OS BRAÇOS"
Aos 58 anos, Bavcar ficou cego, acidentalmente, na infância, vítima de duas fatalidades consecutivas. A primeira, aos 10 anos: um acidente com um galho de árvore o fez perder a visão do olho esquerdo. Um ano depois, a explosão de uma mina feriu o olho direito. A perda total da visão foi gradativa.
Nascido em Lokavek, na Eslovênia, ele mora atualmente em Paris (França) e tem confessa admiração pelo Brasil. O fotógrafo é um dos personagens do documentário Janela da Alma (2001), dos diretores Walter Carvalho e João Jardim, e fala português, entre outras oito línguas.
Nostalgias ? Bavcar só fotografa em preto-e-branco e declara compor suas imagens a partir de recordações de infância e descrições verbais dos locais por onde passa. ?Olho uma cidade observando como os outros a olham. Toda a minha vida é preenchida de nostalgias?, conta em seu livro Le Voyeur Absolut.
Com sua poesia, ele declara ser cego como os astrônomos e questiona a relação do homem com seus sentidos: ?eles apenas olham de maneira indireta. O que é que eles podem ver com seus próprios olhos? Todo mundo se vale do olhar do outro, só que em outros planos, sem se dar conta sempre. E como não se pode nunca ver com os próprios olhos, somos todos um pouco cegos. Nós nos olhamos sempre com o olhar do outro, mesmo que seja aquele do espelho?.
“Para mim, os cegos representam o único grupo que ousa olhar o sol diretamente nos olhos.”EVGEN BAVCAR
FONTE:ITAUCULTURAL.ORG.BR
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