Tuesday, May 08, 2007

O AR E OS SONHOS-BACHELARD



De acordo com Bachelard em O ar e os sonhos (2001, p. 2), “O poema é essencialmente uma aspiração a imagens novas. Corresponde à necessidade essencial de novidade que caracteriza o psiquismo humano”. A poesia requer profundo devaneio e memória. Bachelard continua a refletir sobre o assunto em A poética do devaneio (1988, p. 7): “Notemos, aliás, que um devaneio, diferentemente do sonho, não se conta. Para comunicá-lo, é preciso escrevê-lo, escrevê-lo com emoção, com gosto, revivendo-o melhor ao transcrevê-lo”. Em outras palavras, são os poetas que irão nos ajudar a reencontrar a infância viva, permanente, durável, imóvel, e é a poesia que irá nos renovar: “somos feitos para respirar livremente. [...] E é nisso que a poesia – ápice de toda alegria estética – é benéfica” (BACHELARD, 1988, p. 24-25). Só a leitura nos salvará, nos proporcionará intensos momentos de regresso ao tempo acolhedor da infância e à superação de uma existência limitada. Ainda segundo o filósofo, é esse excesso de infância que será capaz de produzir o germe do poema

A MUSA E O POETA DE RODIN

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